Diário do Mercado na 6ª feira, 17.03.2020
Mercado acionário externo prevalece e Ibovespa avança
Comentário.
O índice brasileiro, no último dia de “zeragem” do vencimento de opções sobre ações - que ocorrerá na próxima segunda-feira, suplantou favoravelmente os temores com o “final de semana prolongado” com o feriado nacional (Tiradentes) da próxima terça-feira, dia 21.
O cenário externo menos pessimista foi determinante para o comportamento final do índice doméstico, visto que os índices acionários de Nova York avançaram mais na última hora de negócios. Em suma, mesmo com a continuidade dos óbitos pelo coronavírus nos EUA - que até estaria dentro do esperado pelo mercado, a divulgação de um plano de reabertura da economia local em três fases pelo governo norte-americano, que ainda será implementado mais para frente, e a notícia da possibilidade de um remédio para a patologia, mas que ainda estaria em fase de testes, estimularam o apetite ao risco dos investidores e levantaram as bolsas em Wall Street.
O dólar comercial recuou após quatro dias positivos, fechando cotado a R$ 5,2340 (-0,42%). Os juros futuros curtíssimos ficaram de lado, enquanto os demais tiveram pequenas baixas.
Ibovespa.
O índice principiou ascendente, acompanhando a tendência dos índices futuros das bolsas de Nova York. Pouco depois, perdeu forças e passou a acompanhar o índice S&P500. No meio da tarde, pareceu que entraria em campo negativo, mas reagiu positivamente, sendo preponderante a continuidade da ascensão no final do mercado acionário de Wall Street.
O Ibovespa fechou aos 78.990 pts (+1,51%), acumulando +1,68% na semana, +8,18% no mês, -31,70% ano e -15,32% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 19,9 bilhões, sendo R$ 18,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 15 de abril, a Bovespa contabilizou ingresso líquido de R$ 1,185 bilhão, tendo saída de tão somente R$ 6,45 milhões no mês (após saída líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 64,343 bilhões (acima a saída líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
Nos Brasil, a segunda prévia do IGP-M de abril variou +1,00% ante +0,99% em março – consenso em +0,94%. Os seus subíndices variaram: o IPA-M em +1,36% (+1,41% na 2ª prévia de março); o IPC-M em +0,28% (+0,04% na 2ª prévia de março); e o INCC-M em +0,22% (+0,37% na 2ª prévia de março). O indicador passou a acumular +2,70% no ano e +6,89
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu cadente, mas ainda pela manhã reagiu e passou a oscilar volátil ao redor da estabilidade, recuando na hora final. Em verdade, neste período de coronavírus, o comportamento interno tem seguido prioritariamente a tendência do mercado internacional. No dia, o Banco Central supriu liquidez ao mercado com o leilão de US$ 500 milhões em swap cambial.
A moeda fechou cotada a R$ 5,2340 (-0,42%), acumulando +2,81% na semana, +0,73% no mês, +30,46% no ano e +33,01% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 291 pts ante 295 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros curtíssimos findaram de lado e os demais em pequenas baixas, arrefecendo praticamente como um todo a sua curva de estrutura a termo. O melhor humor do cenário externo e a tendência final do dólar foram preponderantes para o comportamento no dia. Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,28%;
DI janeiro/2021 em 3,04% de 3,06%;
DI janeiro/2022 em 3,64% de 3,67%;
DI janeiro/2023 em 4,60% de 4,61%;
DI janeiro/2025 em 6,09% de 6,12%;
DI janeiro/2027 em 6,90% de 6,95%..
Agenda. vide página 3 e 4 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do cmportamento do mercado na 6a feira 17.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.